Kaleidoscópio Literário
a expressão de Kathleen Lessa
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Meu Diário
05/04/2009 06h40
MENSAGEM DO DIA VIA TARÔ (Arcano VIII)

Nada pode viver sem cobrir a distância entre a origem e o equilíbrio,
já que os seres não existem a não ser em virtude da lei à qual estão submetidos.

A carta da Justiça mostra uma mulher, sentada no trono, tendo em sua mão direita uma espada desembainhada com a ponta virada para cima, e na esquerda uma balança com os pratos em equilíbrio.
A mão que segura a balança encontra-se à altura do coração.
Por que será?    
Publicado por KATHLEEN LESSA
em 05/04/2009 às 06h40
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02/04/2009 19h00
ESTANCAR A DOR POR TE AMAR TANTO, POETA... (kml)

 

APELO

Queres um sinal, um aviso,
Pedes um leve aceno,
Ter a certeza do amor,
Num gesto simples ao menos...
Estancar as lágrimas da solidão,
Mortal e doce veneno...


 
(Imagem Google)
 
Publicado por KATHLEEN LESSA
em 02/04/2009 às 19h00
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30/03/2009 01h33
TUA FALTA (kml)

Senti falta de ti nesta noite.
 
Senti falta da conversa
Sempre sincera entre nós...
Da chegada e, em forma inversa,
Do adeus três horas após...
 
Senti mais falta ainda
Do nosso amor tão ardente,
Desse encantar que não finda,
Dessa entrega livremente.
 
Senti falta de ti...
Não pense que não, amorzinho.

Trago-te aqui, bem guardado,
No coração saudoso e apressado,
Que mesmo em silêncio
Bate os segundos
Do declarado "eu te amo".





imagem: GlauciaB


 
Publicado por KATHLEEN LESSA
em 30/03/2009 às 01h33
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27/03/2009 13h28
O OUTONO CHEGANDO (Artur da Távola)
foto: Franxxisco


Compreendo bem as palavras de Artur da Távola! Principalmente no que tange aos "rigores insuportáveis do Verão" e às palavras pertinentes a cada estação.



O Outono Chegando 

Posto que te amo, Outono, faço-me irmão de tua luz de ouro e filho de tua serenidade. Amo-te a atmosfera translúcida e a paz que irradias por toda a natureza. Amo-te a ponderação diante das violências climáticas, amo teus ventos amenosos, que trazem segredantes histórias de outras vidas, outras terras e outros tempos; ventos suaves de convivência e sussurros dos céus. É ele quem conta as histórias aos escritores e sopra aos músicos a melodia de sua vida. No outono, Deus não grita.
Outono que me trazes palavras lindas à memória e que me dão vontade de passar o tempo a pronunciá-las: nenúfar, avoenga, terçã, calêndula, campânula, antanho, betume, canhenho, farândola, Guantanamera, Tegucigalpa, calmaria, feno, paina, flanar, vislumbre, pleonasmo, zeugma, persombra, marimbá, inconsútil, merencórea, tarlatana, ergástulo, tênue, eclampsia, dracena, lâmina, faina. 
Pouco importa o que queiram dizer. Vale a sonoridade feita de suavidade e meigas junções de sílabas e sons. Já pensaram, doce leitora e fero leitor, alguém a me perguntar: “E aí, Távola, como está vendo a política?” E eu, garboso, mas humilde, liberto de formalidades a responder: “Nenúfar! Lâminas de tênue dracena plantei em Guantanamera.” Seria um delicioso espanto poético só permissível no outono. Ou tono ou tênue...
E a humanidade inteira se poria a descobrir as palavras do outono.
Elas soariam repletas de perdão e descoberta. Tornar-se-iam mágicas, libertas do sentido aprisionante do dicionário para a livre interpretação de quem as ouvisse, e se implantaria uma bacanal de liberdade semântica, semântica, aliás, também esta, uma palavra outonal.
Sim, as palavras são dependentes das estações: calafrio, instilar, pistilo, enregelado, gélido, eriçar, sialismo, estalactite, cicio, pirotecnia, suéter, agasalho, são palavras invernais. Caramba, senegalesco, intenso, forte, rubro, frescobol, ânsias, trovão, ribombar, infernal, transudar, esculhambar, mameluco, ferrenho, marimbondo, protuberância, melancia, bofe, cusparada, politizado, feroz, gargalhada, nudez são palavras de verão. Sacrilégio será pronunciá-las no outono. E as palavras primaveris? Estas ficam para outra crônica...
O outono é a estação do perdão, da compaixão, do amor que não arde porque se pacificou na certeza da própria existência, da confidência, das conversas fraternas e definitivas, em voz baixa, das mãos dadas, do beijo sem espanto, da carícia excitante no lugar do tesão danado, estação de paz na passagem voraz do ano.
 
Proclamo meu amor por ti, festa mitológica de Pomono e de Pomona, repleta de pomos, frutos benfazejos. Desejo-te o ano todo! Anseio por ti nos rigores insuportáveis do verão e nas depressões do inverno, ó outono que rápido passas pela beleza de teus dias e tardes bíblicas, célere como a juventude! Que derramas suavemente um sentimento de harmonia com a vida, e de doce tristeza por tuas despedidas, pelo passar dos anos, tristeza boa, sem dor, apenas um sentimento de estesia misteriosa como é o ato de viver.

(17-03-2005, Artur da Távola)

Publicado por KATHLEEN LESSA
em 27/03/2009 às 13h28
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19/03/2009 18h11
GOTAS / ORVALHO (José Augusto de Oliveira/ Kathleen Lessa)



GOTAS

Aos montes caem,
Escurecem a terra.
Ensopam a terra, gotas de chuva...

Aos montes caem,
Escurecem-me.
Turvam-me os olhos, a mente...

      Chuva fina, intermitente...

              Gotas de saudades, dela...


(AVK)


José Augusto de Oliveira
Publicado no Recanto das Letras em 14/03/2009


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Indriso inspirado no meu poema "ORVALHO"
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ORVALHO

Enquanto te espero
A fantasia veste a madrugada...
Argênteo e lírico orvalho
Deita-se
Na vidraça
Nos meus olhos
Na minha pele
Na minha cama...
Carícias em gotas.
Tuas.


Kathleen Lessa
Publicado no Recanto das Letras em 14/3/2009

Publicado por KATHLEEN LESSA
em 19/03/2009 às 18h11
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Página 36 de 40
Os textos da autora têm registro no ISBN. Plágio é crime.