Kaleidoscópio Literário
a expressão de Kathleen Lessa
Capa Meu Diário Textos Áudios E-books Fotos Perfil Livros à Venda Livro de Visitas Contato Links
Meu Diário
06/08/2010 02h40
Sobre INSPIRAÇÃO (José Saramago)

"Eu não sei o que é a inspiração. Mas também a verdade é que às vezes nós usamos conceitos que nunca paramos a examinar. Vamos lá a ver: imaginemos que eu estou a pensar determinado tema e vou andando, no desenvolvimento do raciocínio sobre esse tema, até chegar a uma certa conclusão. Isto pode ser descrito, posso descrever os diversos passos desse trajeto, mas também pode acontecer que a razão, em certos momentos, avance por saltos; ela pode, sem deixar de ser razão, avançar tão rapidamente que eu não me aperceba disso, ou só me aperceba quando ela tiver chegado ao ponto a que, em circunstâncias diferentes, só chegaria depois de ter passado por todas essas fases.
Talvez, no fundo, isso seja inspiração, porque há algo que aparece subitamente; talvez isso possa chamar-se também intuição, qualquer coisa que não passa pelos pontos de apoio, que saltou de uma margem do rio para a outra, sem passar pelas pedrinhas que estão no meio e que ligam uma à outra. Que uma coisa a que nós chamamos razão funcione desta maneira ou daquela, que funcione com mais velocidade ou que funcione de forma mais lenta e que eu posso acompanhar o próprio processo, não deixa de ser um processo mental a que chamamos razão." 

José Saramago
 
Publicado por KATHLEEN LESSA
em 06/08/2010 às 02h40
Copyright © 2010. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.
 
15/07/2010 22h05
OS DEGRAUS (Mario Quintana)

          arte: Mario Pirata
Publicado por KATHLEEN LESSA
em 15/07/2010 às 22h05
Copyright © 2010. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.
 
15/07/2010 20h05
MORRER ( Fernando Pessoa)

"Morrer é apenas não ser visto.
Morrer é a curva da estrada. "

(Fernando Pessoa)
Publicado por KATHLEEN LESSA
em 15/07/2010 às 20h05
Copyright © 2010. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.
 
15/07/2010 04h33
MALDIÇÃO (Olavo Bilac)

 

MALDIÇÃO

Se por vinte anos, nesta furna escura,
deixei dormir a minha maldição,
hoje, velha e cansada da amargura,
minha alma se abrirá como um vulcão.

E, em tormentos de cólera e loucura,
sobre a tua cabeça ferverão
vinte anos de silêncio e tortura,
vinte anos de agonia e solidão...

Maldita sejas pelo ideal perdido!
Pelo mal que fizeste sem querer!
Pelo amor que morreu sem ter nascido!

Pelas horas vividas sem prazer!
Pela tristeza do que eu tenho sido!
Pelo esplendor do que eu deixei de ser!...

Olavo Bilac

Publicado por KATHLEEN LESSA
em 15/07/2010 às 04h33
Copyright © 2010. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.
 
29/06/2010 00h26
APRENDER A SER MENOS ... (Fernanda M. Guimarães)

O texto suscitou-me interessante reflexão...É parecido comigo.
Quem sabe também com vocês.
Os grifos são meus.
 
 
                                    Aprender a ser menos...
 
 

Gosto do que me tira o fôlego. Venero o improvável, almejo o quase impossível. Sou qualquer coisa que ainda não inventaram, um produto que escapou da série, uma combinação de opostos que se harmonizam sei lá como ou por quê.
O meu coração é livre, mesmo amando tanto. A minha alma compõe-se de sorrisos largos e dores agudas.Tenho um ritmo que me complica, uma vontade que não passa, uma palavra que nunca dorme, viajo de extremo a extremo em segundos e a intensidade explode dentro de mim a todo o instante. Quero negar meus limites...
Queres um bom desafio?
Experimenta gostar de mim.
Não sou fácil, até coleciono inimigos. Quase nunca estou para ninguém, mudo de humor conforme a lua. Irrito-me facilmente, desinteresso-me à toa e sou a pessoa mais doce que tu já viste. Tenho o desassossego dentro de mim. E um par de asas que nunca deixo. Sou um pouco de tudo o que vejo e muito do que nunca vi. Vivo numa busca incessante pelas coisas e pessoas que ainda não encontrei, para tentar aliviar a saudade que sinto de tudo aquilo que desconheço. Sou alguma coisa entre o sol e a lua. Nem dia, nem noite: um fim de tarde! Caminho por entre cores e brilhos que não entendo, mudo de tom todos os dias. Ando como quem perde o norte, procuro como quem foge, do mundo, dos outros, de si... Não sei de quantas palavras me faço, nem sei em que versos me acabo. Sou aquilo que preciso ser, quando aquilo que eu quero ser já não me cabe mais... Às vezes perco sonhos e choro, logo eu, que amava sorrir!
Mas o que é mesmo bonito é essa coisa da vida, um dia quando menos se espera, superamo-nos. E chega mais perto de sermos, quem na verdade somos.
Há uma infinidade de palavras que se perdem entre os meus pensamentos, frustradas por não conseguirem, neste instante, descrever o que sinto, o que penso.

Até que ponto vale à pena ser intensa?
Eu preciso de aprender a ser menos, menos dramática, menos exagerada, menos intensa... Penso tanto, planeio tanto, sonho tanto, questiono-me tanto que fico tonta. E, por mais que eu pense, planeje, sonhe, questione-me, nem tudo sai exatamente da maneira que eu gostaria. Então, penso o quanto é importante, às vezes, puxarmos o freio com a mão.
Por favor, bloqueia-me o coração, cala-me o pensamento, dá-me uma droga forte para tranquilizar a minha alma. Porque eu preciso muito, eu preciso diminuir o ritmo, baixar o volume, andar na velocidade permitida, engatar a primeira, não atropelar quem chega, não tropeçar em mim mesma. Carrega-me no pause, deixa-me em stand by, eu não dou conta do meu coração que quer muito... Eu preciso sentir menos, sonhar menos, sofrer menos ainda, parar de pesar, de comparar, de projectar. Simplesmente parar e deixar que seja a vida a levar-me.
São muitos os caminhos mas, sem querer, certamente escolheremos o certo, por mais que não nos pareça.
Portanto, aqui estou. Apenas deixando o barco correr, a onda, a música me conduzirem... Nem sempre podemos assumir a direcção dos fatos que acontecem no nosso percurso. Acidentes, desvios, capotagens são inevitáveis. Mas servem-nos para voltar à pista sem medo da derrota. E sem a preocupação da vitória. Simplesmente, com o anseio de chegarmos inteiros. E assim, retomando a vida, levantando dos tombos, cicatrizando as feridas. Agora, de uma maneira diferente. Mais adulta, mais madura. Porém, menos...Intensa.
Sou apenas de tipo inesquecível, apesar de às vezes me achar uma porcaria. Sou como tu me vês, posso ser leve como uma brisa ou forte como uma ventania, depende de quando e como me vês passar. E tu podes ver-me da forma que quiseres, que eu não vou fazer nenhum esforço para te contrariar.
Agora, não mais...
 

(Fernanda M. Guimarães - Portugal)
Publicado por KATHLEEN LESSA
em 29/06/2010 às 00h26
Copyright © 2010. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.
Página 29 de 40
Os textos da autora têm registro no ISBN. Plágio é crime.