"Sei que é sonho...
(Mas)Incomodado estou,
num corpo estranho"
(Chico Buarque)
SONHOS, APENAS SONHOS?
Adormecida profundamente. Letargia.
Assim se vive muitas vezes?
Cavalos passam sobre meus sonhos...
Há névoa e frio. Ventaneira.
Meu corpo está sombrio
E olha de modo arregalado
As patas que galopam sobre mim.
Medo e recuada. Encolho-me.
O vento fustiga e os animais empinam-se.
Pateiam sobre minha fragilidade acuada.
Há o sono que descansa e o sono que entorpece.
O sono que é espanto e o que é prece.
O sono que é inércia e o que é efabulação.
O sono que é gozo e o sono que é tormento.
Há o sono que é pesadelo e verdade...
Ploc, ploc, ploc trotam os corcéis.
Antes fosse somente um jogo de xadrez...
criação digital KML
"Pena, neste jogo de xadrez da vida,
duas peças, um mestiço e uma felina,
como um rei e uma rainha,
não poderem ocupar a mesma casa..."
(José Augusto de Oliveira)