VELA DE TEMPO, AO LONGE
Veleiro ao vento.
Brisa constante.
Céu difusamente claro.
Ao meio dia um sol quente ao meio
E uma meia-noite meio quente,
Com siriruias em vôo nupcial.
Passarinhada arrelienta em seus gorjeios,
Estrelas do mar e do céu,
Besouros mastigadores do tempo.
Paisagens serenas
Conquanto pequenas...
Um arco-íris como um mapa
Aberto sobre as águas da vida.
Atmosfera densa
Estranhamente perfumada pelos racemos de louros-cravos.
Da serra.
Da terra.
Do buraco sem luz qual catacumba.
O vento bate e empurra o veleiro
Quando com vento a favor...
A Vida e as direções antagônicas.
Contra o vento, eu.
Ando sufocando...respiração curta.
Ando querendo levantar âncora,
Zarpar de mim.
04/06/07
tela: João Carlos Pecci ("Veleiro 2")