O HOMEM-AMOR
A cara do homem-amor
Tem muitas faces.
Umas difíceis
Outras fáceis,
Todas com muito sabor.
A cara do homem-amor
Divide-me em insuspeitas fases
E me veste de fulgor.
Cara de homem refinado,
Sério e compenetrado;
Cara de homem safado,
Erótico e apaixonado;
De cigano faceiro,
Arisco e errante;
De bonitão arrogante;
De tímido e complexado;
De displicente e sempre atrasado;
De adulador e infiel;
De conquistador contumaz;
De polêmico e descompensado;
De idealista exaltado;
De homem distante, cheio de promessas;
De poeta, a mente sempre nos astros;
De romântico, sempre com saudade;
Cara de homem simples,
Com dias de fantasia;
De homem culto,
Atitudes e afeto racionalizados;
De homem rude,
Prático e descomplicado...
Quantas caras a cara desse homem!
As unhas de fera afio,
Me atiro nas ondas do cio,
Me agarro àquele homem-amor
Com cara de homem inteiro.
O que me ama ao seu lado,
Sempre cheio de surpresas,
Terno, amante, companheiro.
Ele me enche de artes!
Pinto,
bordo
e fervilho!
[para tantos homens maravilhosos que encontrei em minha vida.]
fotografia: Paulo Madeira