Da série "CONVERSAS DE ESCRIVANINHA"
12:
Poeta Nelson,
Naquele dia em que li seu poema* entendi que eu também acordara de mal com o bem... Até tentei colocar a descoberta em poesia mas, honestamente, não me lembro se escrevi algum verso e desprezei ou se nada escrevi. Faço porém um retrospecto relâmpago para lhe dizer que em março eu pensei que tudo iria mudar; que a maré de águas claras e quentes do Amor fosse invadir minha casa, meu peito, meu ser e que nunca mais partiria. Aquela euforia de um novo amor numa idade madurona, sabe como é? Vontade de estar com o ser amado a todo instante, de conversar, beijar, trocar estrelas, imaginar o paraíso, querer remoçar e tantas bobeirices que na hora parecem atos muito sérios, fundamentais ao sentimento cheio de juvenilidade!
Mas as águas de março fecharam o verão, vieram as de abril e logo as de maio e já em junho anunciavam afundar a promessa "divina" no meu coração.
Por sorte - ou destino? - passei por aqui e me consolei com seus versos.
Bebi e bebo-lhes a beleza, a sabedoria e a solidariedade.
Alma com alma.
Tim-tim, Nelson!
Beijos mil.
Kathleen
PS- Convém incensar o apartamento e incensar-me com paus de canela?
Quero o orvalho da bem-aventurança descendo sobre minhas janelas como água benta.
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