PERFUMES DO TEMPO
Na imaginação flutuo.
Nuvens sopram meu rosto,
Estrelas se fixam nos olhos,
Essências de lírio e sândalo levantam-se na aragem,
Acordam a memória afetiva.
Acariciam-na,
Fazem viagem.
Quanto tempo mesmo?
Qual era a canção?
Meu vestido de baile,
Não me lembro se rosa ou renda creme...
Tua camisa... azul, provavelmente.
Que importa?
Permanece aquela lendária alquimia,
Os rostos colados em notas múltiplas,
Intensas!
Ma Griffe e Lancaster.
Nos aromas enlevo-me,
Enlaço a história,
Reconstruo meus braços nos teus braços...
Os corpos quase puros,
Desejosos de pecar!
Cheiro de saudade,
Beijos que não voltam mais.
Quanto tempo!
Os frascos ainda estão por aí.
São relíquias,
Cobiça de colecionadores.
E nós, meu amor tão querido?
[ inspirado no poema "Além da Imaginação", de Jamaveira ]
imagem: autoria na mesma.