A PROCURA
Levanto a poeira do vento,
O lençol das águas,
A névoa da manhã,
Os raios de sol,
A cortina das chuvas,
O desenho das nuvens,
O véu do ocaso,
O manto luzidio da noite
E não estás.
Vasculho entre as copas das árvores,
Em alguma curva da estrada,
Abro as estrelas-do-mar,
Busco-te a voz na brisa que passa,
No pio de um pássaro peregrino,
E no interior das conchas.
Sob as palavras,
As notas,
As tintas,
Todas as formas e texturas,
Na areia da ampulheta, que quebro...
Separo os fragmentos do tempo.
Não estás.
Em que canto do Universo tu te escondes?
Não pressentes essa rosa carmim à tua procura?
imagem: FlickR