Textos
CRUEL FICCIONISTA
Trama desvendada, apaguei a homenagem póstuma e sincera que escrevi para alguém que não morreu porque tampouco existiu.
Ficção.
Apaguei os comentários e pranto dos amigos para a morta.
Apaguei os e-mails que a "alma penada" me escreveu.
O engôdo, porém, esse não tenho como apagar.
Essa página ficará como lembrança da responsabilidade que temos quando interagimos com alguém, mesmo que literariamente, em tempos de Internet.
Do outro lado da tela do computador há um ser que ri, chora, pensa, tem saudades, se apaixona, se entristece, se preocupa, forma uma imagem, cria um vínculo de amizade, fala de si, ouve o outro e que não gosta (geralmente) de viver desconfiado, com pé atrás.
Não faço parte da Internet sem cara, sem identidade, onde mentir, tramar, esconder, desaparecer, "deletar" é considerado lúdico, normal.
Tô fora disso!
Tenho nome, sobrenome, cara, voz e todos sabem onde e como podem me encontrar.
Kathleen Lessa
24 janeiro de 2007Leiam "PROCURA-SE O CORPO"http://www.recantodasletras.com.br/visualizar.php?idt=356927
KATHLEEN LESSA
Enviado por KATHLEEN LESSA em 21/01/2007
Alterado em 21/07/2012
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