TÃO LONGE E TÃO PERTO
És é meu parceiro tão antigo
Que custei a perceber-te como homem,
Sem desvelos, por inteiro,
E trocar-te da modesta condição de amigo
Para outra, de um sentimento trigueiro,
Sequer sabendo por qual nome o tomem.
Teimosas vezes pego-me mergulhada em ti
De modo diverso e especial,
No meio de rotinas sem encanto.
Assusto-me (que será afinal?)...
O orvalho nos meus olhos é alegria e pranto,
É já saudade que nem percebi?
A brisa dos dias, que chega e passa,
Conserva-te próximo a mim,
Gostosa sensação que conforta.
Morreremos na praia, ganharemos a praça?
Na verdade, benzinho, que importa
Se estamos um no outro bem assim?
Para Jamaveira.
*Quem caminha descalço não deve semear espinhos.* (G.Hebert)
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