OITO
Oito, Biscoito
Oito, Farelo
São coisas da infância
Nas trovas de brincadeira...
Oito, Coito
Oito, Anelo
São coisas da madurância
Nas folhas de trepadeira.
Oito, de corpos enleados,
Oito, de lábios arrochados,
De pernas, ombros e dorsos enroscados,
De pés, mãos e pescoços trançados,
De pelos e cabelos entreliçados,
Oito, de ventres fundidos, colados.
Dois em espiral,
Sensual sinuosidade,
Ora no topo ora na base,
Em oito milímetros filmados,
Calientes de rubro amor.
Oito são dois corpos amantes,
Dois poemas arrebatados,
De escol infinito,
Um elo noutro elo,
Ah, grude de caramelo.