Textos
SORVEDOURO Gira o tempo
Num segundo
Nas folhas do cata-vento
Nas pás dos moinhos-de-vento.
Vida sem acabamento.
Teme-se
Movimento.
Corte.
Movem-se a contratempo
As hélices do mundo
Enígma e abatimento
Ao gosto do momento.
Vida sem urdimento.
Teme-se
Esquecimento.
Morte. Depois, só o Abismo e nada mais
Imagem: do espetáculo "Cirque du Soleil" em SP (2006)Carlos Rodolfo, poeta e amigo, assim interagiu com este poema:
"Viageio.. meu cavalo me leva nas asas do vento... na imensidão dos chapadões, o vento carrega longe as sementes criadoras que se desencantarão na diagonal das chuvas da vindoura estação das águas: é a fecundação, a rebrotação do capim ralo dos cerrados, mas é também o tempo das formigas cortadeiras, os prenúncios de vida e de morte. São os mistérios de tempos idos que o vento conta no truz-truz macio das palmas dos buritis. No arraial silencioso, na poeira alevantada pelo vento, histórias de morte prematura, frutos arrancados ainda no verdor da esperança: tiros e facadas na ainda recente noite de São Pedro."
(Carlos Rodolfo Stoppa)
Obrigada, amigo!
KATHLEEN LESSA
Enviado por KATHLEEN LESSA em 08/01/2007
Alterado em 11/10/2011
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