Kaleidoscópio Literário
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NÃO DIGAS, MEU AMOR


Não digas que é o fim...

Toda essa fúria, as quizilas bobas,
Essa modernidade romântica,
Esbarram no que sentimos,
Confundem-nos...
Tramam o que sou
-porto de chegada para teu amor -,
O que és
-nau que transporta o meu - .

Não digas que é o fim...

Arrulhemos nosso amor!
Tão ciumentos,
Tão caprichosos de nós,
Vimos no sopro do vento
Um tornado a nos embaralhar,
Arrancar-nos dos braços amantes.

Entanto, não é o fim...

Pouco importa o que digam,
Ameacem,
Vociferem...
Teu lar é o meu corpo,
O teu, minha morada.
Estrutura de concreto,
Não cabana de sapê.
Sou tua como és meu.
Somo-nos!

Não digas que é o fim...
Para nós é o recomeço.


30/11/1990

imagem: tela de Carolus Duran , 1768

KATHLEEN LESSA
Enviado por KATHLEEN LESSA em 16/02/2011
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