OLHOS ABERTOS SEMICERRADOS
As brancas manhãs usam um véu de organza.
São como sonhos entre nenúfares e neblina,
Vapores envolvendo a alma e o pensamento.
Entre as manhãs,
Entre os sonhos
E nós,
Do outro lado do véu,
Tudo é possível...
Tudo nasce e se dissolve...
Tudo parece ter corpo
Mas é só um sopro, vaga ideia...
Alquimia do anárquico com o sublime...
Nessas manhãs,
Em que a claridade fere os olhos
E nos arranca para a vida,
Vislumbro torres de Babel,
O simbolismo místico de Bruegel,
O fantástico de Bosch,
As pinceladas difusas de Turner,
A luz de Monet.
Poesia no organismo poeta,
Simples impressões.
Devaneios do despertar.
tela de W.Turner