A FALÊNCIA DO MUNDO
O mundo!
Grande caldeirão de destroços,
Celeiro para recicláveis.
Guerras e bombas explodem.
Chuvas e inundações engolem cidades.
Deslocam-se calotas polares.
Geleiras têm degelo acelerado.
Poluem-se rios e oceanos.
Tempo seco incendeia florestas.
Tempo frio mata plantações, animais e gentes.
Animais são sacrificados.
Pessoas são sacrificadas.
Há poluição de todas as formas.
Alimentos matam lentamente.
Remédios paulatinamente matam.
Aumentam a fome e o sobrepeso,
O desemprego e as empresas.
Profusão de doenças e esquisitices.
Há mais gente nas ruas e nos hospitais.
Edifícios de luxo e favelas desabam.
Filhos matam pais.
Pais abusam de filhos.
Chacinas viram rotina.
Amigos formam quadrilhas.
Detentos comandam a sociedade.
Políticos competem com bandidos.
Aviões falham.
Foguetes falham.
A energia falha.
Falha a tecnologia.
Falha a medicina.
A pílula falha.
O sexo falha.
A memória falha.
As relações falham.
Falham as intenções, os planos.
Falha o coração...
O mundo fal(h)ece!
E o amor,
O amor vai pelos ares!
Amantes não descobrem seus pares.
Falham.
O mundo é sorvedouro do Amor.
A bomba!
Cadê a bomba, afinal?
Urge uma bomba!
Uma só!
(...que não falhe...)
imagem: Google