Ciranda poética
Criação coletiva sob mesmo tema com pelo menos 12 trabalhos poéticos, escritos em trovas e redondilha maior.
O (a) cirandeiro(a) é quem escreve a 1ª trova e nela dá o mote, que dever ser seguido por todos os (as) cirandantes, tendo relação a mais estreita possível com a trova anterior.
Embora encontremos por aí cirandas com combinações aleatórias (Ex: trova + haikai + poetrix + rondel, etc), a ciranda poética tradicional é feita somente de trovas, ou seja: estrofe de 4 versos, com 7 sílabas poéticas cada um, o 1º verso rimando com o 3º e o 2º com o 4º.
Convém salientar que não existe rima entre palavra no singular com palavra no plural.
Ex: não existe rima entre "caqui" e "caquis", entre "ai" com "mais".
Cabe também ao (à) cirandeiro(a) organizar as trovas pela ordem de chegada, rapidamente, para que o(a) cirandante seguinte, escreva sua trova em sequência lógica, presa de alguma forma à trova anterior.
Esse é o desafio da Ciranda.
Exemplo de parte de uma Ciranda, feita em 2007 na minha página do Recanto das Letras:
A ROSA E O JASMIM
Bem vestida estava a Rosa
agarrada ao bonitão!
Para o Jasmim se fez prosa,
deixou o Cravo na mão!
(Kathleen Lessa)
Há tempos houve uma briga
debaixo de uma sacada
e a razão pra tal intriga
só hoje foi explicada!
(Reneu do Amaral Berni)
O Cravo, entristecido,
perdeu seu rumo na vida
foi chorar o acontecido
nos braços da Margarida.
(Charlyane Mirielle)
A mais cheirosa das flores,
penso, não tem coração...
Desperta muitos amores,
mas não se entrega à paixão...
(Gianlucca)
Cravo, Rosa e Jasmim...
O triângulo amoroso
que enfeita o jardim
é também um trio cheiroso
(Walter BRios)
O Jasmim é bem cheiroso
mas enjoa com o tempo...
Cabe ao Cravo amoroso
perdoar Rosa do intento.
(Hélio Pequeno)
Deixando o Jasmim na mão
a bela e formosa Rosa
desfolhada foi ao chão
deixando de ser formosa.
(Angélica Arantes)
A rosa ama o jasmim,
que beija a açucena,
que se abraça ao cravim,
que se casa com a verbena.
(José de Castro)
E assim segue a ciranda...