Kaleidoscópio Literário
a expressão de Kathleen Lessa
Capa Meu Diário Textos Áudios E-books Fotos Perfil Livros à Venda Livro de Visitas Contato Links
Textos

PARLENDAS e TRAVA-LÍNGUAS

 

 

PARLENDAS e TRAVA-LÍNGUAS fazem parte das manifestações orais da cultura popular.

São elementos do folclore brasileiro, assim como as lendas, os acalantos, as adivinhas e os contos.

 

PARLENDA [ou parlanda ou parlenga] tem origem em "parolar", "parlar", que significam "falar muito", "tagarelar", "conversar bobagens", "conversar sem compromisso".

Falatório, palavreado, declamação infantil.

É um conjunto de palavras com pouco ou nenhum nexo e importância, de caráter lúdico, muito usadas em rimas infantis, em versos curtos, ritmo fácil, com a função de divertir, ajudar na memorização, compor uma brincadeira.

Pode ser destinada à fixação de números, dias da semana, cores, dentre outros assuntos.

Exemplos:

 

"Dedo Mindinho

Seu vizinho,

Maior de todos

Fura-bolos

Cata-piolhos."

 

"Hoje é domingo /

 pede cachimbo.......”

 

“Um, dois, /

feijão com arroz........”

 

"Cadê o toucinho

Que tava aqui?

O gato comeu.

Cadê o gato?

Fugiu pro mato.........."

 

"Santa Luzia

Passou por aqui 

Com seu cavalinho

Comendo capim.

Santa Luzia

Passou por aqui.

Tire esse cisco

Que caiu em mim."

 

“Batatinha quando nasce
espalha rama pelo chão.
Menininha quando dorme
põe a mão no coração.”

 

“Meio dia,

Macaco assobia,
Panela no fogo,
Barriga vazia.
Macaco torrado,
Que vem da Bahia,
Fazendo careta,
Pra dona Sofia.”

 

“Entrou pela perna do pato,
Saiu pela perna do pinto.
O rei mandou dizer
Que quem quiser
Que conte cinco:
Um, dois, três, quatro, cinco!”

 

“Serra, serra, serrador!

Serra o papo do vovô!

Quantas tábuas já serrou?”

 

Quem cochicha,
O rabo espicha,
Come pão
Com lagartixa”

 

“Papagaio come milho.
periquito leva a fama.
Cantam uns e choram outros
Triste sina de quem ama.”

 

“Eu sou pequenina,

Da perna grossa,

Vestido curto,

Papai não gosta.”

 

“Por detrás daquele morro,
Passa boi, passa boiada,
Também passa moreninha,
De cabelo cacheado.”

 

“Lá em cima do piano
tem um copo de veneno.
Quem bebeu, morreu.
O azar não foi meu.”

 

“Corre, Cutia,
Na casa da Tia
Corre Cipó
Na casa da Avó
Lencinho na mão
caiu no chão
Moça bonita
Do meu coração.”

 

“Fui ao botequim
Tomar café.
Encontrei um cachorrinho
De rabinho
em pé.
Sai pra fora, cachorrinho,
Que eu te dou um pontapé!”

 

 

TRAVA-LÍNGUA: espécie de jogo verbal que consiste em dizer, com clareza e rapidez, versos ou frases com grande concentração de sílabas difíceis de pronunciar, ou de sílabas formadas com os mesmos sons, mas em ordem diferente.

É uma modalidade de parlenda.

 

Trata-se de uma brincadeira onde se pede que a pessoa repita uma dada sequência, de forma rápida, várias vezes, para testar a "agilidade" da língua.

Como isso costuma provocar dificuldade de dicção ou paralisia da língua
(= "trava-língua"), diverte e provoca disputa lúdica para saber quem se sai melhor nessa brincadeira.

Às vezes é quase impossível pronunciá-las sem tropeço.

O que motiva pessoas a repetir os trava-línguas, principalmente crianças, é o desafio de reproduzi-los sem errar, o que requer atenção, ritmo e agilidade orais.

São usados também de forma técnica por atores, cantores e professores como exercícios de foniatria e impostação de voz.

Exemplo:

Tente repetir a frase rapidamente, 3 vezes, sem se atrapalhar!

 

"O rato roeu a roupa do rei de Roma e o rei de Roma, rouco de raiva, roeu a roupa do rato de Roma."

 

PROPOSTA

Diga 3 vezes, sem tomar fôlego e sem tropeçar, essas seqüências:

"Três pratos de trigo para três tigres tristes."

“Bagre branco, branco bagre.”

"Enquanto Orsine bala dava, o sino badalava."

"Quem a paca cara compra, caro a paca pagará."

.

Conseguiu? Treine!

 

RELAÇÃO DE TRAVA-LÍNGUAS CONHECIDOS:

 

"Sabia que a mãe do sabiá sabia que sabiá sabia assobiar?"

"Porco crespo, toco preto."

"Tacho sujo, chuchu chocho."

"Chega de cheiro de cera suja!"

"Norma nina o nenê de Neuza."

"A babá boba bebeu o leite do bebê."

"Um limão, dois limões, meio limão."

"Aranha, ararinha, ariranha, aranhinha."

"A fiadeira fia a farda do filho do feitor Felício."

"A chave do chefe Chaves, está no chaveiro."

"O Juca ajuda: encaixa a caixa, agacha, engraxa."

"Abadalado, Ababadado, Ababelado, Abobadado."

"A rua de paralelepípedo é toda paralelepipedada."

"A aranha arranha o jarro, o jarro a aranha arranha."

"Farofa feita com muita farinha fofa, faz uma fofoca feia."

"Minha mãe é de Jaguamimbaba, mas eu nasci em Jaguanambi."

"O caju do Juca, e a jaca do cajá. O jacá da Juju, e o caju do Cacá."

"O rei de Roma ruma a Madri.”

"O rato roeu o rabo da raposa."

"Rosa vai dizer à Rita que o rato roeu a roupa da rainha."

“Chuva e sol, casamento de espanhol.

Sol e chuva, casamento de viúva."

"Quando toca a retreta, na praça repleta,

se cala o trombone, se toca a trombeta."

"No vaso tinha uma aranha e uma rã. A rã arranha a aranha. A aranha arranha a rã.”

"- Alô, o tatu taí? - Não, o tatu num tá. Mas a mulher do tatu tando é o
mesmo que o tatu tá."

"Tecelão tece o tecido, em sete sedas de Sião.

Tem sido a seda tecida, na sorte do tecelão."

"Tigelinha de água fria, que caiu da prateleira, foi nos olhos de Maria, que chorou segunda-feira."

"Corrupaco, papaco, a mulher do macaco, ela pita, ela fuma, ela toma
tabaco, no sovaco do macaco."

"O doce perguntou ao doce, qual é o doce mais doce e o doce respondeu ao doce, que o doce mais doce, é o doce de batata-doce."

"Olha o sapo dentro do saco. O saco com o sapo dentro.

O sapo batendo papo. E o papo soltando o vento."

"Pia o pinto, a pia pinga.”

 “O pinto pia, a pia pinga. Quanto mais o pinto pia, mais a pia pinga”.

"A pia perto do pinto, o pinto perto da pia, tanto mais a pia pinga, mais o pio pinta."

“A pia pinga, o pinto pia, pinga a pia, pia o pinto, o pinto perto da pia, a pia perto do pinto."

"Atrás da pia tem um prato, um pinto e um gato.

“Pinga a pia, apara o prato, pia o pinto e mia o gato"

"A espingarda destravíncula-pinculá. Quem destravíncula ela, bom destravíncula-pinculador será.”

"Tem uma tatu-peba, com sete tatu-pebinha. Quem destatupebá ela, bom destatupebador será.”

"No cume daquele morro, tem uma cobra enrodilhada. Quem a cobra desenrodilhá, bom desenrodilhadô será."

“No morro chato, tem uma moça chata, com um tacho chato, no chato da cabeça. Moça chata, esse tacho chato é seu?”

“Um ninho de carrapatos, cheio de carrapatinhos, qual o bom carrapateador, que o descarrapateará?”

"Um ninho de mafagafos, com sete mafagafinhos. Quem os desmafagafizer, bom desmafagafizador será."

"O Papa papa o papo do pato"

"A batina do padre Pedro é preta."

"É preto o prato do pato preto."

"O Pedro pregou um prego na pedra."

"Pedro pregou um prego na porta preta."

"O padre pouca capa tem, pouca capa compra."

"O peito do pé do pai do padre Pedro é preto."

“Pedro tem o peito preto. Preto é o peito de Pedro. Quem disser que o peito de Pedro não é preto, tem o peito mais preto que o peito de Pedro."

"Paulo Pereira Pinto Peixoto, pobre pintor português, pinta perfeitamente, portas, paredes e pias,

por parco preço, patrão."

“Se a liga me ligasse, eu também ligava a liga.

“Como a liga não me liga, eu também não ligo a liga."

 

 

Kathleen Lessa©

http://kathleenlessa.prosaeverso.net

Copyright© 2006. Todos os direitos reservados.

 

 

Bibliografia de base:
 

O livro do trava-língua (Cecília Alves Pinto)

Dicionário do folclore brasileiro (Luís da Câmara Cascudo)

Trava-Língua Educando e Divertindo (Antônio Henrique Weitzel)

Novo Dicionário Aurélio

Dicionário Houaiss de Língua Portuguesa

==============================================

KATHLEEN LESSA
Enviado por KATHLEEN LESSA em 17/08/2006
Alterado em 19/09/2013
Comentários
Os textos da autora têm registro no ISBN. Plágio é crime.