Beijos a todas as poetas amigas, companheiras de esforços e lutas nessa caminhada chamada VIDA.
Beijos a todos os homens que nos respeitam e amam.
MaxiMulher
Eu costumo ser tempestuosa.
Entro pelas frestas da vida e das pessoas
Como repentina ventania, como áspera voragem,
E deixo a marca da minha passagem
No cotidiano desarrumado e em suas cenas,
Nos cabelos espalhados pelo rosto
Daqueles que pelo caminho encontro.
(Escuto-lhes as especulações...)
[Quem era a moça?]
ElaEu,
A maximulher desestruturante !
Grito, reclamo, faço discursos inflamados,
Conclamo a guerra para que haja a paz.
Choro, piso firme, sapateio por sobre tudo,
Arranco palavras dos mansos e mudos,
Danço a dança dos apaches, toco tambores,
Agito os quietos e surdos.
Abro o peito para saraivadas de balas,
Abro o rosto para tapas
Abro o corpo para açoites
Abro-me para críticas e olhares tortos.
[Mas, quem passou?]
EuEla,
A maximulher inconveniente!
Aquela de fala seca e que faz sangrar.
Aquela de dedo em riste e que cutuca feridas.
Aquela de olhar direto e que intimida.
Aquela de promissória na mão e que cobra.
[Quem era, toda, toda?]
ElaEu,
A maximulher arteira e guerreira!
A fera bela.
De dengos e de duelos.
A amazona de crinas ao vento.
Não vim para brincar.
Vim para transformar.
Pés descalços, dedos-garras,
Sem escudo
Sem uniforme
Sem corporação.
[Afinal, quem é ?]
A maximulher inconformada!
Aquela que não sabe pra onde vai mas vai.
Aquela que no descanso entre batalhas
Sopra dentes-de-leão, deita-se na relva macia
E sonha com uma Pátria verdadeiramente Amada !
SP, 08/03/2005