Meu amor mestiço,
O único beijo que eu queria ganhar hoje era o teu...
O único abraço...
As únicas flores...
Os únicos versos...
O unico olhar e lembrança, o teu...
Tudo de ti.
Nada veio.
O telefone não tocou.
O carteiro passou e nada me trouxe...
Há um ano, neste mesmo 14, chegava-me um cartão da tua cidade com uma única e intensa frase:
"Eu te amo.
Teu poeta .... ".
Como me senti jovem, bonita, feliz, recompensada e esposada com aquela frase ali escrita, indelévil para toda a eternidade!
Como cri nas tuas palavras e me senti amada!
Hoje o cartão repousa na gaveta do meu criado-mudo.
Beijo a frase muitas vezes... aliso sua caligrafia.
Como eu, ela também espera que um dia... talvez...
Vou?
Vens?
Foi mentira o que escreveste?
Não sei se lês meus bilhetes, se pensas de vez em quando em mim, o porquê desse silêncio e afastamento.
O coração sangra, o amor explode e mostra-se na minha pele, na minha alma!
Conversaremos só daqui a 10 anos, meu bem?
Outra vez você nos 10?
Aniversário desbotado...
Envio-te um cartão, telepaticamente, com a São Paulo que te prometi mostrar:
"Eu te amo!
Tua belíssima K.".
São Paulo, 15 de novembro de 2009