ALEGORIAS
Cavalos,
Maré alta,
O instante...
Vai e vem
O vaivém frenético da vida,
Que galopa desenfreada,
Cavalga a impetuosidade das águas
E desafia o tempo... o vácuo.
Espraia-se no corpo e coração.
Nos hiatos que descobre.
Cavalos e dores galopam mar a dentro,
Montam devaneios, impossibilidades, amores
Nas horas contínuas de tédio ou desespero.
Alargam-se nas ondas,
Abismam-se para o fundo...
Sob o mundo
Sonham cavalos-marinhos,
Quixotes submersos.
imagem: Carlos Araújo