FRAGMENTOS E CISMARES 32

[ O amor dos homens ]


    O vento que dispersa pensamentos também a evoca coisas e pessoas que amamos.

Acerta quem diz que me entrego aos que amo. Intensamente.
Pago às vezes o caro preço de ser excluída, ou causar desconforto, cobrar só com o olhar, com uma única palavra, quando diante dos que não pegam a vida pelo pé, pela perna, com gana!

Algumas vezes pensei ter encontrado homens especiais, desses que podem abarcar-nos por completo, que não prescindem da nossa falta, que respiram e observam nosso respirar. Intensos.
Pensei que fossem...
Houve os  doces  mas fracos... os amorosos mas inseguros.... os modernos mas rançosos... os amantíssimos mas dispersivos... os libertários mas dependentes... um leque de homens que pode ser resumido assim: __ bobos e tolos, sem condição de amar. 
Pior: sem condição de se sentirem amados!  Assustados como crianças pequenas numa roda-gigante a quererem controlar o próprio fôlego, sufocando-se por não saberem respirar... por demais acomodados para aventuraram-se  em busca do talvez provável "amor pra valer", tementes que são aos desvios dos ventos.
Quantos nomes não inventam para uma palavra pequenina: medo.

Sofro.
Sou gueixa sob a pele de leoa.
Sou frágil sob os ares de tigresa atrevida, de guerrilheira.
Entretanto, fecho os olhos e embarco  na viagem do amor, mesmo pálida de inquietação e receio.

A  liberdade e a felicidade podem matar muitos homens que amam: elas não trazem em seu bojo a segurança, a rotina a que se impuseram e que facilita suas vidas. Sem auto-confiança, recuam.
Antes uma vida medíocre, sem colorido, que uma de surpresas e casual.
O amor, definitivamente, não cabe aos fracos.


imagem: FlickR