DO AMOR
O amor é luta, é conquista diária, amizade, garra para investir na relação amorosa.
Pode acontecer por acaso mas não vive do acaso.
O amor vive da disponibilidade para amar, da cumplicidade, do companheirismo mas das individualidades preservadas.
Enganam-se os que ainda pensam que no amor existem duas pessoas em uma só e que se completam. A outra "metade da laranja" não existe... Existem duas laranjas inteiras, que podem dar um suco maior, melhor, mais rico e saboroso. Existem duas pessoas inteiras que se enriquecem e progridem afetivamente juntas. Não precisam "olhar na mesma direção", como diz o verso do poeta. Podem olhar em direções diferentes. Precisam é estar num mesmo tempo e espaço: A VONTADE DE AMAR.
O amor, como é tido e almejado pela maioria das pessoas, é um sentimento neurótico. Não é amor.
O psicoterapeuta Jacob Pinheiro Goldberg repete, há anos, a máxima de que o amor não é complementar, mas suplementar, e que todos os amantes e amados viveriam melhor se compreendessem o "papel" do amor.
Diz ele: "O indivíduo procura a outra metade da maçã para ser feliz. Nós não somos maçã e não temos outra metade. Não temos alma gêmea. Ninguém nos dá a felicidade. Temos pessoas que nos incentivam e nos acompanham na obtenção de uma vida afetiva de qualidade razoável."
E complementa: "O amor, tal como é concebido no senso comum, é uma ilusão".
Para mim o amor é um ESTADO, curto ou longo, com início e fim. Ou uma ESTAÇÃO como disse alguém.
Kathleen Lessa