ALMA INQUIETA
Vaga por aí uma alma inquieta,
Sedenta de movimento, de andança,
Uma alma que já perdeu a conta
Das tantas tentativas de mudança.
Vaga por aí uma alma irrequieta,
Atrevida como criança!
Que bate o pé porque quer e quer,
Desprovida de temperança.
Vaga por aí, por aqui e alhures
Uma alma tinhosa por herança,
Filha das dores e decepções,
Tenra aprendiz da perseverança:
Enfrentar enchentes e vendavais,
Arregaçar as mangas da confiança,
Não se curvar aos imprevistos
Ou recusar da vida a contradança.
Vaga esta alma apaixonada,
Louca, adorável, que não descansa...
Nas mãos, pés e mente traz calos;
Nos olhos e peito, o lume da esperança!
20/06/2006
foto: google