O TEMPO
O Tempo,
algoz das verdades prematuras,
açoita-nos,
condena-nos ao degredo,
lentamente...
O Tempo,
bandido,
saqueia-nos os bens do coração,
arranca-nos de nós mesmos,
esgarça-nos a alma!
O Tempo,
traquinas,
insiste em escapar de nossas mãos,
zomba de nós diante do espelho,
tange-nos por um desfiladeiro!
O Tempo...
que apressado, apressa-me
(quanto ainda?)
baú de expectativas, balaio de saudades...
O Tempo salta, dispara, selvagem.
O Tempo pisa no tempo.
O Tempo é um cavalo indômito.
imagem: Ventura Alves