Kaleidoscópio Literário
a expressão de Kathleen Lessa
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Meu Diário
08/07/2009 22h39
E SE A TRISTEZA FICAR? (Kathleen Lessa)

Quando a tristeza se instala demora muito para podermos sorrir novamente.
Falo de um sorriso espontâneo, não desses que por educação colocamos no rosto só para não sermos de todo desagradáveis.
Assim estou.
Converso com pessoas, escrevo, recebo muitos telefonemas, alguns convites até interessantes, duas ou três pessoas, mais íntimas, tentam me arrastar para alguma diversão, porém... cadê que me desenrosco, aceito, que me solto e descompromisso?
Perplexidade. Teimosia. Empaquei como uma mula mofina, como alguém que decidiu não mais andar, respirar, viver.
Um baile de fantasias e um cenário de decepções!
Cartas escondidas... sem mostrar o jogo. Um blefe, talvez?
 
Não se avalia o que é causar dor a alguém. E os que leem nos olhos do outro o sofrimento não ajuízam a extensão deste.  Há coisa pior que, de um dia para o outro, rigorosamente de um para o outro, passar a ser ignorado, desdenhado? Desamado? Tudo rui... desaba como que batido por ventos de sessenta milhas por hora.
Estou assim... sem previsão de reconstrução. Haverá reconstrução possível?

Capas, fantasias, máscaras, trajes de festa e de faxina, camisolas de dormir, vestidos de chita e sianinhas, longos de baile em tafetá e seda. Toda roupagem foi despida sob um céu cruel, cinza-chumbo e cheio de nuvens... Eram para ser noites de gala. As noites da belíssima
Não fui Gabriela, Maria Bonita, mocetona, flor, rainha nem princesa, sequer a Borralheira, feita Cinderela ao menos por uma noite!
Protagonista de nada.

Os poemas de amor desapareceram.
A voz deixou de responder.
 
O príncipe virou sapo, olhos esbugalhados e míopes.
Não soube querer o Amor, embora o aguardasse.
 ... E eu, que o amava tanto!

I wish that I could fly into the sky so very high!
Publicado por KATHLEEN LESSA
em 08/07/2009 às 22h39
Copyright © 2009. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.
 
02/07/2009 20h38
2 de JULHO DE 2009. Diferente daquele outro, em 1970... (Kathleen Lessa)



Eu também, como tu, venho cavalgando entre nuvens e espantos, entre as brumas e penhascos. Horas frias, mãos rachadas, lábios ressecados... narinas distendendo-se para tomarem fôlego, respirarem.
Trago os cabelos cobrindo o rosto, como crina basta, que é para esconder o pranto bailarino nos meus olhos... esconder-me de mim, dos males que me faço, fixar-me em meus passos, no eco oco de cascos cansados.

Cavalgo só porque assim foi ditado e escrito... imposto!
Por ti.

Maktub!


 

Publicado por KATHLEEN LESSA
em 02/07/2009 às 20h38
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16/06/2009 08h31
SEI... (Kathleen Lessa)

"Sei..." , dizia ele com longa pausa, ou escrevia, como que a refletir sobre uma palavra, uma frase, trichando não só as letras mas a entonação que supunha haver na fala da amada, ponderando a chance de encontrar algum  traço de delito, mentira, traição... Aquele sei  era o sinal de que rapidamente ele  já confabulara com seus botões e tinha uma hipótese, melhor dizendo, uma certeza, que só a ele pertencia.
Nesses momentos ela tentava adivinhar seus gestos: coçava a cabeça, olhos cabisbaixos? cruzava os braços e abaixava a fronte? esfregava a sola do pé direito na panturilha esquerda? Ou simplesmente cravava o olhar no infinito, ato introspectivo, e saía do mundo por alguns minutos?
De que desconfiava? E por quê?


O sofrimento prolongado é como um crime premeditado.
Como cortá-lo pela raiz?
Extirpar- as ervas daninhas que se imiscuem nos sentimentos?
Tormento.


Mas foi como ele decidiu.
Achou melhor antecipar a sangria, desvencilhar-se do amor, voltar ao seu ramerrão diário....
"Melhor deixar assim",  dissera taciturno quando ela lhe tefonou. 
"Profilaxia", fora o argumento.
"Desfaçamos logo esse equívoco".
Esperava que a inteligência dela deduzisse tudo, ou que entendesse o que bem quisesse. Não lhe importava mais sua pessoa.
Equívoco?!


E se calou o ontologista monístico. Para sempre.
Dor maior no peito da amada, a subjetivista.


Daquele dia ficou o mistério, o incompreensível. Para ela.
Restou o inconformismo. Nela. Para sempre.

E nele?


                        
PÓLVORA NAS VEIAS


No timbre da tua voz
Antevi meu desespero:
Teus sinais de desamar
Acenderam o rastilho
Para o meu destempero.

Sem prumo,
Sem ouvidos que ouçam,
Sem boca que possa falar,
Cheia e à margem do mundo,
A raiva cortando-me os pulsos
(e o senso)
Submergi na dor.
Abortei-me.
 
(kml)

Publicado por KATHLEEN LESSA
em 16/06/2009 às 08h31
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09/06/2009 01h37
SEM VONTADE (Kathleen Lessa)

Não tenho vontade de escrever nada.
De repente eu me sinto com a sensação de que nada mais tenho a dizer.
Sinto-me esvaziada, gasta, murcha... Fala e escrita triviais.
Esgotei meu baú de palavras nos últimos meses. Saíram de mim com a força de um grito selvagem, de uma enxurrada, invadindo todos os espaços, fazendo transbordar córregos e rios.

Fiquei sem palavras.
No mínimo sem nenhuma interessante, quen valha a pena ou faça diferença.
Transbordei em vão, saí arrastando tudo, sem ter consciência do que haveria à minha frente e sem coragem de fazer um balanço do que ficara para trás.
É uma sensação nova, estranha... as víceras do lado de fora e todo um espaço oco, desocupado... A extensão da falta é muito, muito maior do que eu imaginara.
Queria o silêncio, o nada!
Apaziguar-me.
Cessar o sofrimento.
Mas esse buraco vazio são como vozes a reclamar de fome.


"Eu quero apenas estar no seu pensamento...
Por um momento pensar que você pensa em mim...
Se resta, em sua lembrança,
Um pouco do muito que eu te quis,
Onde você estiver, não se esqueça de mim..." (*)



AO SABOR DO MOMENTO

Não te esqueças:
Não me permitiria o capricho de partir.

Lançada ao ar
Um mar de sensações
Vai me testando
E saio experimentando
O fluxo de minhas reações.

Sou como flocos de algodão cobrindo um relvado.
Sou como dentes-de-leão que foram soprados.
Painas na direção balangante do vento.

Voo sem destino.
O peito traspassado,
O coração inquilino.
 
(*) Roberto Carlos
Publicado por KATHLEEN LESSA
em 09/06/2009 às 01h37
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01/06/2009 02h17
WHEN A MAN LOVES A WOMAN ... e o contrário (kml)
Li a publicação de uma amiga escritora com esse título. Leila Lage.
Ótima publicação!
Deixei-lhe um comentário que repito abaixo, melhor distribuído.

 
When a man loves a woman não é raro que chegue um dado momento em que ele trema na base, sinta-se desprotegido, medroso de amar, mal suportando o que vem no "kit amor" (saudade, ansiedade, ciúme, desassossego, dúvidas, mudanças, adaptação...) e foge!
Prefere o marasmo ao excesso de oxigênio e adrenalina.

When a woman loves a man é bem diferente! Em geral ela não teme o amor, entrega-se de bandeja, batalha por ele, não fica ponderando eventuais consequências, submete-se a sacrifícios de espera, distância, situação.
Por isso, talvez, é que a mulher é mais abadonada pelo homem que vice-versa.

Claro. Há exceções. Mas o que noto, via de regra, é o que escrevi acima.
Não entro com nenhum preconceito ou juízo de valor.
Trata-se apenas de identificar naturezas diferentes tangidas por cobranças, papéis pré-determinados, criação, etc.

Que pensam sobre o assunto?

Nova semana começa. Novo mês começa.
Tomara traga tempos bons.


Publicado por KATHLEEN LESSA
em 01/06/2009 às 02h17
Copyright © 2009. Todos os direitos reservados.
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Página 33 de 40
Os textos da autora têm registro no ISBN. Plágio é crime.