Ouve, Senhora,
não esperes que cessem minhas chuvas
e minhas tempestades
de sais,
nem que
se dissolvam meus estranhos parâmetros
e meus imanentes precipícios
abissais,
nem (muito menos) que,
algum dia, eu me transforme em um sapiens
a pisar somente em céus azuis
e liberais.
Antes, Senhora,
se realmente me gostas como tanto
tens dito, faze-o em sublime
silêncio,
sem tantas
elucubrações, jugos e condenações
e sem alardeares aos ventos
teus sentimentos,
aceitando-me
assim, com todas as minhas dores e cores
imanentes e inalienavelmente
viscerais.
Péricles Alves de Oliveira (Thor Menkent)