Não preciso ser negro para lutar contra o racismo.
Não preciso ser mulher para lutar contra o machismo.
Não preciso ser criança para lutar contra a pedofilia e a violência sexual.
Não preciso ler a bíblia, o corão ou o torá para saber o que é certo ou errado.
Não preciso ter sido expulso do campo para lutar pela reforma agrária e apoiar incondicionalmente o MST.
Não preciso morar numa favela à beira de um rio morto para lutar por moradia digna.
Não preciso ficar doente para lutar por saúde digna.
Não preciso ser igual para lutar por aqueles que são diferentes.
Não preciso estar morto para defender a vida.
Não preciso ser gay para lutar pelo povo LGTB.
Não.
Preciso, apenas, da minha lucidez alucinada.
Deito com minha loucura serenada pelo cansaço de quem tenta, tenta e não desiste.
Sempre vale a pena.
Meus filhos e netos precisam disso.
É o que posso.
É o que tenho.
É o que dou.
* * *