APENAS TALVEZ*
Seja como uma sublime
melodia nunca ressoada, ou um suave
aroma desconhecido
o amor,
que não se sabe
exatamente de onde vêm,
nem como ou por que
nos encanta;
mas que,
quando chega, ilumina-nos os sentidos
– inclusive aos cômodos
mais escuros –,
deixando-nos com portas,
e janelas, e corações, e fogos, e sonhos
e esperanças a transcenderem
escancarados;
e que, às vezes,
faz-nos crer que o ser humano
quiçá não seja assim
tão horrível.
Péricles Alves de Oliveira
*(interação com o poema "Talvez uma vez", de Kathleen Lessa)