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08/01/2014 04h23
OS SÍMBOLOS E ARQUÉTIPOS DE C. JUNG (Rodrigo de Souza)



Para que possamos falar de símbolos e arquétipos, é necessário explicar o conceito de inconsciente coletivo. De maneira simples, inconsciente coletivo é a parte do inconsciente individual que resulta da experiência ancestral da espécie, ou seja, ele contêm material psíquico que não provêm da experiência pessoal.
Jung compara o inconsciente coletivo ao ar, que é o mesmo em todo o lugar, é respirado por todos e não pertence a ninguém.

O conteúdo psíquico do inconsciente coletivo são os arquétipos. Que são uma forma de pensamento universal com carga afetiva, que é herdada. Os arquétipos são como diferentes “formas de bolo”, que dão características ao bolo. Eles dão origem as fantasias individuais e também às mitologias de todas as épocas. Por exemplo, todo mundo quer encontrar seu “par perfeito” ou alma gêmea, pode-se dizer que isto se resulta de um arquétipo, da figura de Adão e Eva, ou de outra, pois em todas as religiões existe uma história que ilustra a união entre “as polaridades”.

Este conceito se propaga e por mais que qualquer pessoa negue, sempre existe um desejo ainda que inconsciente de se encontrar alguém muito especial que corresponda ao que esperamos. Esta é uma fantasia individual resultante de um mito. Jung nos diz que o conceito de arquétipo é muito mal compreendido, pois este não expressa uma imagem ou conteúdo definido, mas sim uma variação de detalhes e um motivo, mas nunca perdendo a configuração original.

Seguindo o mesmo exemplo anterior das almas gêmeas, existe o desejo de encontrar alguém que seja o mais próximo possível da perfeição (talvez você esteja negando isto bem agora, mas lembre-se que isto é inconsciente!), mas o que é ser perfeito? Para cada pessoa existe um conceito. Entendeu agora?!

Todo arquétipo traz características positivas e negativas, por exemplo, você pode querer ser o príncipe da Branca de Neve, com o cavalo branco e tudo, mas também existe uma imagem e um medo de que este vire um sapo, ou que o romance acabe como o de Romeu e Julieta.

Estes arquétipos e muitos outros presentes em nós, como a figura materna, a figura do irmão ou da irmã, entre outros, não podem ser destruídos e permaneceram em nós por toda a nossa existência, mas necessitam ser constantemente trabalhados. As principais estruturas formadoras de nossa personalidade são arquétipos.

Bom, agora vamos falar um pouco sobre os símbolos, estes não podem ser comparados aos arquétipos, já que os arquétipos não tem um conteúdo definido. Nosso inconsciente se expressa basicamente pelos símbolos.

Os símbolos podem ser individuais ou coletivos. Jung se interessou mais pelos coletivos ou universais como: a estrela de Davi, a Cruz entre outros, em sua grande maioria religiosos. Um dos mais famosos símbolos é o Martelo de Thor, adotado por Hitler como Suástica. O Martelo de Thor (Deus do Trovão), é do tempo dos Víkings e simboliza a proteção divina contra o perigo. Mas como foi mal usado por Hitler, hoje vemos esse símbolo com medo e desaprovação. Para conseguir desprogramar esse estado, não basta saber a verdade, mas sim repeti-la várias e várias vezes até se reprogramar a mente.


Os símbolos podem ser nomes, imagens familiares entre outros, eles possuem um significado obvio, mas também trazem conotações específicas. A imagem, o nome ou outra coisa, só pode ser considerada símbolo quando evoca algo mais que seu simples significado.
Por exemplo, o nome de Jesus, não é apenas um nome, tornou-se símbolo, porque traz consigo muitas outras coisas, mesmo para quem não é um cristão. O nome Jesus traz um aspecto inconsciente, que não pode ser definido ou explicado plenamente. Assim são os símbolos.

O símbolo é algo dinâmico e vivo, que vai além do consciente. Eles podem ser encontrados nos sonhos com uma representação individual ou coletiva. Por isso, quando aparecerem símbolos em seus sonhos, procure saber o que eles representam para você, fazendo uma ponte para com a sua situação de vida. Jung dizia que como uma planta produz flores, assim também a psique cria os símbolos.

Toda essa história de símbolos, arquétipos e inconsciente coletivo, nos deixa várias portas abertas à diferentes interpretações. Um médico poderia dizer que tudo isto é transmitido geneticamente, um sociólogo, poderia dizer que é pelo meio-ambiente e a cultura que impõe esses conceitos desde cedo, ou ainda um espiritualista pode compreender isto como uma referência à imortalidade do espirito e à bagagem da alma em suas muitas viagens pelo planeta.
Escolha sua!

Rodrigo De Souza

Publicado por KATHLEEN LESSA
em 08/01/2014 às 04h23
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