Essa belezura de poema me agrada muito!
Lembro-me de ter feito um repente com base nesse poema com meu amigo Walter BRios, poeta bahiano (gosto de escrever baiHano, com H, para acordar com o nome do estado, BaHia...).
Isso aconteceu lá por 2004, algo assim.
O diabo é que não sei onde foi parar.
Se encontrar, trarei pra cá.
Mal de amô...
Myriam Peres
Tô cum a duença do amô.
É uma virose danada
Com uma febre lascada
Que me deixa abafada
Sem sabê se é uma dô...
Dá um frio nas espinha
Dá uma farta de ar
Dá uns gostoso na idéia
Dá um tremô nos oiá
Dá tudo que tem que dá...
Bicho danado de bão
Que me faz enlouquecê
Dá vontade de gritá
Dá também de se abraçá
Dá tudo que tem que dá...
Dá beijos de se fartá
Dá cheiro de agoniá
Dá piscadelas no oiá
Que só farta me matá
Cum esfregas de arripiá
Dá tudo que tem que dá...
Dá uns fungado na nuca
Que me deixa na sinuca
Querendo me aliviá
Dá um suado no peito
Dá uma crença na idéia
Dá tudo que tem que dá...
Que indecença danada
Que estô aqui pra contá
Num há remedio que tome
Pra podê me acalmá
Querendo me aliviá
Dessa duença fatá
Que tudo tem pra me dá...
Num quero mais me curá
Nem remédio vou tomá
Nem quero desabafá
Quero vivê com a agonia
Que só o amô póde dá...
Publicado por KATHLEEN LESSA
em 06/01/2009 às 04h32
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