Com feriado prolongado, ontem, dia 5, foi, efetivamente, o primeiro dia deste ano de 2009. Trabalho, comércio, trânsito, tudo engrenou aqui em São Paulo. A cidade voltou a ter barulho e corre-corre.
Passou Natal, Ano Novo, essas datas que me fazem perder o prumo, entre indignada e comovida, alegre e triste, querendo pessoas ao meu lado e também solidão... sentimentos difusos.
Nessa época me desentendo.
Sinto-me eu e outra pessoa dentro de um mesmo corpo.
Sabemos que nada muda só porque se abre o calendário de um novo ano, que é ilógico, irracional, besta mesmo pensar diferente.
Mesmo assim, deixo-me levar por lembranças que me trazem saudade... a árvore de natal, natural, pinheirinho cheirando à tuia; as rabanadas sobre a mesa, regadas com vinho do Porto, preparadas por minha avó; meu avô subindo para o quarto alguns minutinhos antes da virada do ano e exatamente à meia-noite disparando um tiro de revólver para o alto, saudando o Ano Novo! Bumm!! Fora dada a partida. Ano deflagrado!
Todo mundo comemorava.
Ninguém pensava em bala perdida naquele tempo...
A tradicional corrida de São Silvestre era à noite e terminava quase no último minuto do Ano Velho.
Havia também, durante alguns anos, a corrida de bebês,
que engatinhavam sobre um tapete vermelho até uma faixa do ano correspondente. Quem primeiro chegasse era coroado como Ano Novo, com direito à coroa e manto!
Hoje é Dia de Reis, a Epifania.
Essa data eu gosto de comemorar. Acho-a simpática.
Imagino Baltazar, Belchior e Gaspar trazendo ouro, incenso e mirra para o Menino-Deus, guiados pela Vésper diamantina.
Cada mago era de uma etnia, representando as raças negra, branca e moura.
Se posso, é o dia em que gosto de presentear alguém querido com balas, flores, bombons, um cartão, incenso, algum mimo simples. Ritual.
Em determinados países da Europa é comum a troca de presentes nesta data e não no Natal.
Na Itália é o Dia da Befana, uma bruxa boa que dá presentes e doces às crianças (um desdobramento do velho Noel? Talvez...)
Gosto de imaginar o ano começando nesta data.
Seis de janeiro marca também a data de noivado de meus pais, em 1948, e comemorado até hoje, ano após ano.
Bonito isso, não?